terça-feira, 29 de novembro de 2016

Revelação de Nossa Senhora

As mensagens abaixo foram enviadas por Nossa Senhora Mãe Peregrina de Taipas ao médium Reinaldo Canto no dia 12/10/2016 ás 15hs35min .

Toda virtude e a glória são de Deus. E toda virtude e a glória é para estar na casa de Deus.

Filhos orem, pois os dias que se aproximam serão de provações a toda população, orem hoje e orem sempre para minimizar o terror das tragédias, pois um prédio pegará fogo próximo a policia civil 
no centro de São Paulo, terá um incêndio próximo ao pátio do colégio e uma igreja no Brasil sofrerá atentado. Unam suas preces a nossas para que juntos formemos uma corrente de amor sobre toda humanidade.

terça-feira, 22 de novembro de 2016


A Lei de Deus consola os humildes e dá a força aos aflitos que lha pedem. Seu poder cobre a Terra e, por toda parte, ao lado de uma lágrima coloca ela um bálsamo que consola. O devotamento e a abnegação são uma prece contínua, e encerram um ensinamento profundo, a sabedoria humana reside nessas duas palavras. Possam todos os Espíritos atormentados compreender essa verdade, ao invés de reclamar contra as aflições, os tormentos morais que são, neste mundo, o vosso quinhão. Tomai, pois, por divisa estas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que vos impõem a caridade e a humildade. O sentimento do dever cumprido vos dará o repouso do Espírito e a resignação. O coração bate melhor, o Espírito se asserena e o corpo físico não tem mais desfalecimento, porque o corpo físico sofre tanto mais quando o Espírito está mais profundamente atingido.
(O Espírito da Verdade, Havre, 1863)

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

CRISTO

Ele era manso como os cordeiros, e a Sua palavra tinha a doçura de um refrigério num dia quente.
Nada queria dos seres humanos, tudo prometia e dava à humanidade. Sua palavra enchia os corações de esperanças e suas mãos, que distribuíam bênçãos, curavam leprosos e levantava os caídos.
Como era bom e meigo; as multidões O seguiam rogando seus ensinamentos. Ele queria que os seres humanos se amassem entre si, que os poderosos fossem magnânimos, que os errôneos voltassem para o caminho correto, que os fracos se abstivessem de acumular mais culpas e que a humanidade, norteada pela Caridade, transformasse a escola do mundo num paraíso. Como Ele era a própria esperança, os humildes de Espírito O seguiam, bebendo-lhe as palavras.
Num dia, depois de muito fazer e jornadear, o Divino Mestre chegou com os discípulos e dois ou três homens à margem do lago Genezaré. O Rabi da Galiléia por muito tempo escutou a palestra daquele punhado de crianças grandes que conversavam em volta de Si. Por fim falou:
- Qual de vós quereis ir ás estranhas terras dos gentios para levar a minha palavra de amor e perdão?
Os que estavam com Ele entreolharam-se perplexos e Jesus continuou:
- Será missão de sacrifício e sofrimento, porém sempre terá a bênção das luzes do Céu e a ajuda do Pai eterno. Enquanto estiver na Terra, seu Espírito brilhará como Estrela e depois será um dos luzeiros a distribuir bênçãos nas grandes esferas do além. Levante o braço aquele que se achar capaz.
Todos levantaram a destra num alvoroço, murmurando entre si alegremente. Todos, menos um que torcia as mãos angustiadamente.
O Rabi pousou o doce olhar sobre ele e perguntou:
- E tu não me queres servir?
- Mestre, eu não mereço. Sou um grande pecador. Meus crimes tornaram-se um pesadelo para mim depois que ouvi a Vossa palavra de esperança e de amor. Não o mereço! Não o mereço! 
Jesus estendeu-lhe as mãos e num sorriso de júbilo, disse:
- Tu és o escolhido. Ai daquele que se julga limpo de mácula neste mundo sem olhar para trás no tempo. A missão que te dou te limpará dos erros, pois muito sofrerás. Vai e Deus nosso Pai te abençoará!
Quem poderá se julgar sem erro neste mundo? Será que nas outras encarnações pretéritas fomos justos e bons? Por que então continuamos a sentir o peso das tentações e fraquezas em impulsos errôneos e incontroláveis?
É melhor ser um arrependido sincero do que ter no Espírito o orgulho da própria perfeição, pois foi os seres humanos conscientes da sua queda que disse o Senhor:
- "Vinde a mim vós que trazeis no íntimo os tormentos do mundo e Eu vos aliviarei".
Este é o nosso Jesus, que o Pai nos enviou para ensinar o caminho, a verdade e a luz.
Jesus veio nos mostrar que a imortalidade é a luz da vida; ela é o sustentáculo do Espírito, a esperança da nossa fé; a mãe do nosso amor.
Sem imortalidade não pode haver Espírito, sem Espírito não há esperança, fé, amor; e sem esperança, fé e amor, tudo desaparece de nossas vistas; família, sociedade, religião, Deus!
A palavra de Jesus é pão e luz, no Mundo espiritual e no Mundo físico. Pão que fortalece e encoraja; luz que esclarece, orienta e dá responsabilidade. O ser humano que come desse pão subjetivo, nutre-se definitivamente. Não terá mais fome.
Nosso Mestre Jesus mostrou que a vida é eterna. Que a vida eterna é o princípio básico da vida espiritual na Terra. Ele não se contentou em apenas dizer que a vida era eterna; voltou à vida eterna após a tragédia do Gólgota, para confirmar essa nova salvação. Tomé não acreditou, porque duvidava da vida eterna e quando os discípulos contaram a Tomé que Jesus lhes havia aparecido, respondeu que só acreditaria se suas mãos tocassem os sinais dos cravos e o sinal da ferida produzida pela lança. O Divino modelo não se negou a essas provas, e sim, facultou-as, para que seu discípulo recebesse a verdadeira crença. As aparições de Jesus não se limitaram aos discípulos; apareceu a mais de quinhentas pessoas, segundo narram os Evangelhos.
Tudo se extingue neste mundo: o dinheiro se acaba, as grandezas terrenas se esvaem, mas a palavra de Jesus permanece para sempre!
Quem quiser ser feliz, mesmo nesta vida, precisa buscar a palavra de Jesus e dela não se separar. Jesus veio para salvar os Espíritos em evolução neste mundo e não para os condenar.
Ouvindo os preceitos de Jesus, imitando Seus exemplos, pedindo as luzes precisas para nos guiarmos no mundo efêmero em que nos achamos, não nos faltarão graças e misericórdias para vencermos as lutas e extinguirmos as trevas da ignorância que nos oprimem.
Nós somos dotados de razão e sentimento, por isso, buscando a palavra de Jesus, busca-se a verdade. 
ergue-se, dignifica-se. Devemos buscar a palavra de Jesus, permanecer na Sua palavra e ser Seu discípulo, conhecer a verdade e essa verdade nos libertará!
Vamos nos desprender da escuridão da ignorância que cerceia a nossa inteligência e nos ata a pesados
compromissos. Vamos abrir a clareira do nosso entendimento pelo raciocínio, alargar os nossos sentimentos.
Jesus, na sua rápida passagem pela Terra, nos legou lições extraordinárias. Deixou fontes inesgotáveis
de conhecimentos que mostram a realeza da vida espiritual eterna.
Pregou o amor e a paz.
Ensinou a perdoar as ofensas.
Mostrou a verdadeira Caridade.
Instruiu a amar os inimigos.
Esclareceu sobre a compreensão.
Tudo que Jesus nos deixou é maravilhoso!
Vamos seguir as Suas pegadas! Vamos seguir os Seus exemplos!
Meus irmãos, que seus corações estejam com o Mestre Jesus e tenham muita paz!

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Todos somos anjos.


Todas as religiões têm tido anjos sob vários nomes, isto é, seres superiores à Humanidade, intermediários entre Deus e os homens, ensinam-nos que os anjos são puros Espíritos, enquanto que os homens se compõem de um corpo e de uma alma, isto é, que a natureza angélica subsiste por si mesma dissociada da matéria, por mais vaporosa e sutil que se suponha, ao passo que a nossa alma, igualmente espiritual, associa-se ao corpo de modo a formar com ele uma só pessoa. Enquanto perdurar tão íntima ligação de alma e corpo, as duas substâncias têm vida comum e se exercem recíproca influência, eis por que a alma enquanto encarnada não pode contemplar-se a si mesma, nem conceber Deus e os anjos sem atribuir-lhes forma visível e palpável, Por isso mesmo que os anjos, que para se manifestassem aos santos e profetas se revestem de formas tangíveis e palpáveis. Essas formas no entanto não passavam de corpos aéreos que faziam mover-se e identificar-se com eles, ou de atributos simbólicos de acordo com a missão a seu cargo.

Porém as almas ou Espíritos são criados simples e ignorantes, isto é, sem conhecimentos nem consciência do bem e do mal, porém, aptos para adquirir o que lhes falta. O trabalho é o meio de aquisição, e o fim - que é a perfeição - é para todos o mesmo. Conseguem-no mais ou menos prontamente em virtude do livre-arbítrio e na razão direta dos seus esforços; todos têm os mesmos degraus a franquear, o mesmo trabalho a concluir. Deus não reparte melhor a uns do que a outros, porquanto é justo, e, visto serem todos seus filhos, não tem predileções. Ele lhes diz: Eis a lei que deve constituir a vossa norma de conduta; ela só pode levar-vos ao fim; Tendes inteira liberdade de observar ou infringir esta lei, e assim sereis os árbitros da vossa própria sorte. 

Entretanto, a alma, qual criança, é inexperiente nas primeiras fases da existência, e daí o ser falível. 

Não lhe dá Deus essa experiência, mas dá-lhe meios de adquiri-la. Assim, um passo em falso na senda do mal é um atraso para a alma, que, sofrendo-lhe as conseqüências, aprende à sua custa o que importa evitar. Deste modo, pouco a pouco, se desenvolve, aperfeiçoa e adianta na hierarquia espiritual até ao estado de puro Espírito ou anjo. Os anjos são, pois, as almas dos homens chegados ao grau de perfeição que a criatura comporta, desfrutando em sua plenitude a prometida felicidade. Antes, porém, de atingir o grau supremo, gozam de felicidade relativa ao seu adiantamento, felicidade que consiste, não na ociosidade, mas nas funções que a Deus convir confiar-lhes, e por cujo desempenho se sentem ditosas, tendo ainda nele um meio de progresso. (Vede 1ª Parte, cap. III, "O céu".)

Muito antes que a Terra existisse e por mais remota que a suponhamos, outros mundos haviam, nos quais Espíritos encarnados percorreram as mesmas fases que ora percorrem os de mais recente formação, atingindo seu fim antes mesmo que houvêssemos saído das mãos do Criador. 

De toda a eternidade tem havido, pois, puros Espíritos ou anjos; mas, como a sua existência humana se passou num infinito passado, eis que os supomos como se tivessem sido sempre anjos de todos os tempo. Deus nunca esteve inativo e sempre teve puros Espíritos, experimentados e esclarecidos, para transmissão de suas ordens e direção do Universo, desde o governo dos mundos até os mais ínfimos detalhes. Tampouco teve Deus necessidade de criar seres privilegiados, isentos de obrigações; todos, antigos e novos, adquiriram suas posições na luta e por mérito próprio; todos, enfim, são filhos de suas obras. E, desse modo, completa-se com igualdade a soberana justiça do Criador.
http://www.institutoandreluiz.org/anjos_e_demonios.html







terça-feira, 20 de setembro de 2016

Recebei o Espírito Santo

Fomos batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. O Pai que tudo criou por amor e com perfeição, o Filho amado que se encarnou, morreu, ressuscitou, voltou ao Céu, e o Espírito Santo, presente do Cristo ao mundo e que está sempre presente conosco, alma de qualquer Igreja, porque movidos por ele realizamos as obras da espiritualidade. O maior exemplo da ação do espírito santo além do próprio Cristo é Sua mãe.
O Espírito Santo veio sobre ela e a enriqueceu, desde o momento de sua concepção, com a plenitude da sua graça, acima de todas as criaturas. Portanto tudo o que se realizou na Virgem Maria e através dela é obra do Espírito Santo e Nela ele repousou em maior intensidade fazendo-a rainha do céu e da terra.

No tempo do Espírito Santo, até o final dos tempos, somos chamados à missão de anunciar a Boa Nova do Evangelho.
At 2, 1-111.Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar.2 De repente veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados.3 E viram o que parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles.4 Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava.5 Havia em Jerusalém judeus, devotos a Deus, vindos de todas as nações do mundo.6 Ouvindo-se o som, ajuntou-se uma multidão que ficou perplexa, pois cada um os ouvia falar em sua própria língua.7 Atônitos e maravilhados, eles perguntavam: Acaso não são galileus todos estes homens que estão falando?8 Então, como os ouvimos, cada um de nós, em nossa própria língua materna?9 Partos, medos e elamitas; habitantes da Mesopotâmia, Judéia e Capadócia, do Ponto e da província da Ásia,10 Frígia e Panfília, Egito e das partes da Líbia próximas a Cirene; visitantes vindos de Roma,11 tanto judeus como convertidos ao judaísmo; cretenses e árabes. Nós os ouvimos declarar as maravilhas de Deus em nossa própria língua!

Ninguém pode discordar que os profetas eram autênticos médiuns (medianeiros entre o Céu e a Terra) pois sempre mantiveram íntimo intercâmbio com o mundo espiritual, no livro dos Atos dos Apóstolos, está a comprovação dessa comunicação que sempre existiu entre o mundo invisível e o mundo carnal, ou melhor entre os Espíritos desencarnados e os encarnados. Quando veio o dia de Pentecostes, os que se encontravam em oração no Cenáculo, com Maria, a Mãe de Jesus, receberam o Espírito Santo, ou seja, houve o desabrochamento coletivo das mediunidades dos apóstolos, que passaram a falar em vários idiomas, aquilo que o Mestre já havia ensinado. Eles antes marcados pelo medo agora ganhavam novo animo e a partir de então se lançaram à missão evangelizadora. Com a cooperação de uma comunidade de amigos espirituais dedicados, passaram a evangelizar nos vários campos em que a infinita misericórdia do Pai chegava, assim, multiplicaram-se em dons e esses tornaram-se um número infindável de trabalhadores da boa nova, Deus está sempre presente em toda a parte e preside a todas as coisas através daqueles que são os executores de Sua vontade soberana e os arautos que espalham o seu amor sobre toda humanidade e testemunharam os frutos de sua efusão com a espiritualidade, na pregação, vida comunitária, oração e milagres.
É isso que queremos nesta casa, a consciência de que o espírito santo habita em nós como num templo desabrochando nossa espiritualidade, fazendo-nos novas criaturas, em oração contínua para viver em alegria constante;
Pessoas assim, conduzidas pelo Espírito Santo, são capazes de fermentar a mudança do mundo e responder aos desafios de nosso tempo.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Assunção de Maria


Não há primavera no sertão, no entanto, a árvore das carambolas está florida e um batalhão de negros soldadinhos faz colônia no tronco, nos ramos, nas folhas; os bichinhos se divertem de galho em galho, de flor em flor. Debaixo da árvore que faz sombra no quintal de casa, cresce Maria. Solitária, a menina costuma comer o fruto nos fins de tarde e brincar com os companheiros desiguais. Eles são hábeis, escapolem dos seus carinhos e alçam voo para um lugar que a menina vive em querer conhecer. Somem no céu, escorregam no arco-íris e voltam pra casa mais tarde, sempre junto com o nascer do sol. Soldadinhos e borboletas tem esta tendência de ganhar o firmamento e causar inveja às crianças que não entendem porque não tem asas.

O dia em que Maria nasceu foi místico, carregado de magia. Quando abriu os olhos, todos viram que duas estrelas estavam guardadas dentro deles. O brilho foi tão grande que o médico obstetra e os enfermeiros que estavam na sala de cirurgia, ao verem tamanha intensidade, perderam a visão por mais de meia hora. Todos ficaram impressionados na Unidade de Saúde: da senhorinha que cuidava da limpeza ao diretor, que fez questão de conhecer a menina (foi de óculos escuros com medo de cegar, apesar de o brilho já ter diminuído e não oferecer mais riscos a visão dos comuns). Foi um corre-corre sem fim. Muita gente da cidade quis ver a menina que trazia as estrelas no olhar. Uns diziam que era milagre de Nossa Senhora Aparecida, outros, não menos crentes, diziam que era obra de Frei Damião. Houve até quem dissesse que era sinal dos tempos, artifício do capeta, obra da besta. O estardalhaço foi tanto que até quiseram fazer romarias e acender velas no caminho que dava no sítio onde a menina morava. Mas logo o avô reprimiu: “onde já se viu, esse bando de desocupado espiando dia e noite minha casa?”. Depois de um tempo a cidade esqueceu...

 Maria foi crescendo ali: interior da Paraíba, zona rural do Sertão. Enquanto crescia, a mãe foi percebendo que a fala demorava a soar. Maria aprendeu a andar muito jovem, se interessava por música, adorava rabiscar e folhear livros. Mas falar que é bom, nada! A mãe pensava que era o pouco contato com outras crianças, já que moravam num sítio muito afastado e Maria não tinha irmãos. Rezava todos os dias para ouvir a voz de sua filha que deveria ser doce, que deveria ser suave e trazer-lhe paz. A única coisa que podia fazer, levando-se em consideração os laudos médicos que apontavam a perfeita saúde nas cordas vocais da menina, era rezar e fazer chá.  Fazia chá de casca de cebola todos os dias, além de chá de limão com um dente de alho e cinco gotas de mel às segundas-feiras. A menina também bebia água benta com romã e fazia compressa no pescoço com o chá das folhas de carambola uma vez por semana. Nada disso adiantava. Maria já era uma moça, tinha para mais de 13 anos e continuava em silêncio. 

Com o tempo, a mãe acostumou e diminuiu as exigências para que Maria cumprisse a crendice popular. Embora não falasse, Maria lia e escrevia muito bem. Caminhava meia hora a pé todos os dias para ir até a escola. E desenvolvia seu aprendizado mais ou menos no mesmo ritmo das outras crianças. Não conhecia a Língua Brasileira de Sinais. Comunicava-se de seu jeito peculiar, a mãe e a professora entendiam tudo e, quando o diálogo exigia explicações maiores, Maria utilizava um bloquinho de notas. Havia um bloco e uma caneta em cada cômodo da casa e outro na mochila que a menina levava para a escola. 

Numa tarde, quando Maria estava debaixo do pé de carambola, brincando com as borboletas, teve a impressão de ouvir um sussurro, uma voz que vinha dos fundos do terreiro, parecia vir do chão batido que guardara uma sabiá que morrera há uns anos; era o bicho de estimação da menina. Saiu procurando e tentando entender o que o som lhe dizia. Caminhou, caminhou, até chegar ao jarro das roseiras amarelas que marcava exatamente o local onde seu bichinho havia sido enterrado. Não ouviu mais os sussurros, mas entendeu perfeitamente, existia alguma coisa muito distante dali que lhe pertencia e que ela deveria ir buscar. Ficou obcecada com a ideia de viajar, sentia cada vez mais forte um sentimento de falta. Começou a programar uma viagem, cujo roteiro e o modo como se daria, a jovem ignorava completamente, sabia apenas que deveria acontecer aos 15 dias do mês de agosto. 

            Finalmente, quando chegou o dia 15, no quintal da casa de  Maria, os soldadinhos estavam todos eufóricos; voando de galho em galho; beijando de flor em flor; as borboletas, então... esperavam ansiosas pela moça. Ela chegou na hora marcada, às dezessete horas, bem no comecinho do por do sol. O céu parecia uma tela pintada especialmente para aquele dia: nuances azuis com um delicado brilho alaranjado de um sol tímido, cores e mais cores em arco sorriam. Maria também sorria quando apareceu no terreiro, estava nervosa, tinha medo, mas estava feliz. Ficou, então, imóvel debaixo da árvore das carambolas por uns segundos e, de repente, um grande redemoinho varreu aquele lugar. Todos os soldadinhos giravam rapidamente em volta do corpo de Maria, criando pinceladas negras; as borboletas batiam as asas com avidez impulsionando e protegendo o trabalho coletivo dos soldadinhos. Minutos depois Maria começou a ascender, subia aos céus dançando no espaço, o seu vestido xadrez esvoaçava e dos seus olhos escapuliam poeira de estrelas. O redemoinho foi subindo forte e silencioso, um sopro que só deixou para trás o rastro das estrelas que estavam guardadas nos olhos da menina. 

Quando a mãe de Maria se deu conta, desesperada, da falta da filha, saiu a procurar pistas nos blocos espalhados pela casa. Leu em um deles: “15 de agosto: Assunção de Maria.” Pensou que fosse aula do catecismo, não deu importância para as buscas. Saiu procurando mais pistas, leu no bloco da cozinha: “Mãe, fui buscar uma canção”. A mãe de Maria não entendeu nada, pensou “mas que filha desbaratinada!”, “onde se meteu essa menina?”. Dobrou os joelhos e se pôs a rezar de fronte a imagem da virgem. Acendeu duas velas: uma para cada brilho de estrela que se via no breu do firmamento, apenas duas estrelas enfeitavam o céu naquela noite, pareciam os doces olhos  brilhantes e amendoados de Maria. A mãe pediu com fé para que revisse a filha o quanto antes. Rezou tanto que adormeceu ali mesmo, agarrada com um terço, pertinho do oratório que já pertencera a sua bisavó.

Quando o sol vinha trazendo a manhã, trouxe consigo um canto que ecoou em toda a comunidade, as poucas casas, embora fossem afastadas umas das outras, eram todas tomadas pelo mesmo êxtase de uma doce voz que entoava um canto angelical. Era Maria, Maria menina moça de tranças e vestido axadrezado, descendo dos céus rodopiando, linda e rodeada de soldadinhos e borboletas, cantando na mais plena afinação. 

Conta-se essa história naquela pequena comunidade do sertão.  É esta a assunção que se comemora por aquelas bandas aos quinze dias de agosto, a assunção de Maria, a menina que devolveu as estrelas ao céu e trouxe para a Terra seca do sertão a mais bela voz de anjo.

(Yvanna Oliveira)
http://entreprosaepoesia.blogspot.com.br/2012/10/assuncao-de-maria.html

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

SANTA CLARA DE ASSIS

Filha de uma nobre família italiana, Clara tinha a vida vazia até o dia em que ouviu um sermão de Francisco de Assis, na Igreja de São Giorgio. Profundamente tocada pelos ideais de humildade e serviço do santo, enfrentando a oposição da família, aos 18 anos abandonou o seu lar para seguir Jesus mais radicalmente. Profundamente tocada pela nova forma de vida se dirige para a igrejinha da Porciúncula (Nossa Senhora dos Anjos), onde se trocando o fino vestido por uma túnica rústica se consagra a Deus.
Atualmente vivemos em uma época que parece se esquecer cada vez mais de Deus. Várias são as preocupações do mundo e as suas “urgências” e elas nos dificultam viver uma vida autêntica, profunda, espiritual. Arriscar-se pelo Senhor como Santa Clara é visto como um investimento que não vale a pena, pior ainda se para isso teremos que ir contra as pessoas que nos rodeiam.
Deus está perdendo o espaço nos corações dos homens.
Mas é exatamente por isso que os santos, como Santa Clara, continuam sendo exemplo para o homem que hoje quer ser realmente feliz. Porque todos que vivem no mundo, embriagados por ele, experimentam também que embora possuam muito, não possuem a paz que desejam. E não tenhamos dúvidas, muitas dessas pessoas largariam tudo se lhes fosse mostrado onde encontrar o que de mais profundo desejam os seus corações.
Santa Clara, São Francisco e todos os santos intercedem para que as pessoas encontrem em Jesus essa paz. Mas também nós, somos chamados a santificar-nos cada vez mais, para que todos possamos encontrar também em nós esse testemunho de uma vida feliz e reconciliada.


segunda-feira, 20 de junho de 2016

Instrumentos de Comunicação Espiritual


"Nos últimos tempos, diz o Senhor, difundirei do meu Espírito sobre toda carne; vossos filhos e filhas profetizarão; vossos jovens terão visões e vossos velhos, sonhos. Nesses dias, difundirei do meu Espírito sobre os meus servidores e servidoras, e eles profetizarão. (Atos, 2:17 e 18.)"

Quis o Senhor que a luz se fizesse para todos os homens e que em toda parte penetrasse a voz dos Espíritos, a fim de que cada um pudesse obter a prova da imortalidade. Com esse objetivo é que os Espíritos se manifestam hoje em todos os pontos da Terra e a mediunidade se revela em pessoas de todas as idades e de todas as condições, nos homens como nas mulheres, nas crianças como nos velhos. É um dos sinais de que chegaram os tempos preditos. Para conhecer as coisas do mundo visível e descobrir os segredos da Natureza material, outorgou Deus ao homem a vista corpórea, os sentidos e instrumentos especiais. Com o telescópio, ele mergulha o olhar nas profundezas do espaço, e, com o microscópio, descobriu o mundo dos infinitamente pequenos. Para penetrar no mundo invisível, deu-lhe a mediunidade. Os médiuns são os intérpretes incumbidos de transmitir aos homens os ensinos dos Espíritos; ou, melhor, são instrumentos de que se servem os Espíritos para se expressarem aos homens por maneira inteligível. Santa é a missão que desempenham, visto ter por fim rasgar os horizontes da vida eterna. Os Espíritos vêm instruir o homem sobre seus destinos, a fim de o reconduzirem à senda do bem, e não para o pouparem ao trabalho material que lhe cumpre executar neste mundo, tendo por meta o seu adiantamento, nem para lhe favorecerem a ambição e a cupidez. Aí têm os médiuns o de que devem compenetrar-se bem, para não fazer mau uso de suas faculdades. Aquele que, médium, compreende a gravidade do mandato de que se acha investido, religiosamente o desempenha. Sua consciência lhe arruinaria, como ato sacrílego, utilizar por divertimento e distração, para si ou para os outros, faculdades que lhe são concedidas para fins sobremaneira sérios e que o põem em comunicação com os seres de além-túmulo. Como intérpretes do ensino dos Espíritos, têm os médiuns de desempenhar importante papel na transformação moral que se opera. Os serviços que podem prestar guardam proporção com a boa diretriz que imprimam às suas faculdades, porquanto os que enveredam por mau caminho são mais nocivos do que úteis à causa do Espiritismo. Pela má impressão que produzem, mais de uma conversão retardam. Terão, por isso mesmo, de dar contas do uso que hajam feito de um dom que lhes foi concedido para o bem de seus semelhantes. Capítulo XXVIII 336 O médium que queira gozar sempre da assistência dos bons Espíritos tem de trabalhar por melhorar-se. O que deseja que a sua faculdade se desenvolva e engrandeça tem de se engrandecer moralmente e de se abster de tudo o que possa concorrer para desviá-la do seu fim providencial. Se, às vezes, os Espíritos bons se servem de médiuns imperfeitos, é para dar bons conselhos, com os quais procuram fazê-los retomar a estrada do bem. Se, porém, topam com corações endurecidos e se suas advertências não são escutadas, afastam-se, ficando livre o campo aos maus. (Cap. XXIV, itens 11 e 12.) Prova a experiência que, da parte dos que não aproveitam os conselhos que recebem dos bons Espíritos, as comunicações, depois de terem revelado certo brilho durante algum tempo, degeneram pouco a pouco e acabam caindo no erro, na vertigem, ou no ridículo, sinal incontestável do afastamento dos bons Espíritos. Conseguir a assistência destes, afastar os Espíritos levianos e mentirosos, tal deve ser a meta para qual convirjam os esforços constantes de todos os médiuns sérios. Sem isso, a mediunidade se torna uma faculdade estéril, capaz mesmo de redundar em prejuízo daquele que a possua, pois pode degenerar em perigosa obsessão. O médium que compreende o seu dever, longe de se orgulhar de uma faculdade que não lhe pertence, visto que lhe pode ser retirada, atribui a Deus as boas coisas que obtém. Se as suas comunicações receberem elogios, não se envaidecerá com isso, porque as sabe independentes do seu mérito pessoal; agradece a Deus o haver consentido que por seu intermédio bons Espíritos se manifestassem. Se dão lugar à crítica, não se ofende, porque não são obra do seu próprio Espírito. Ao contrário, reconhece no seu íntimo que não foi um instrumento bom e que não dispõe de todas as qualidades necessárias a obstar a imiscuição dos Espíritos maus. Cuida, então, de adquirir essas qualidades e suplica, por meio da prece, as forças que lhe faltam. 

Prece. – Deus onipotente, permite que os bons Espíritos me assistam na comunicação que solicito. Preserva-me da presunção de me julgar resguardado dos Espíritos maus; do orgulho que me induza em erro sobre o valor do que obtenha; de todo sentimento oposto à caridade para com outros médiuns. Se cair em erro, inspira a alguém a ideia de me advertir disso e a mim a humildade que me faça aceitar reconhecido a crítica Coletânea de preces espíritas 337 e tomar como endereçados a mim mesmo, e não aos outros, os conselhos que os bons Espíritos me queiram ditar. Se for tentado a cometer abuso, no que quer que seja, ou a me envaidecer da faculdade que te aprouve conceder-me, peço que ma retires, de preferência a consentires seja ela desviada do seu objetivo providencial, que é o bem de todos e o meu próprio avanço moral.

Capítulo XXVIII - paragrafo de 8 a 10 - Evangelho Segundo Espiritismo.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Mensagem Espiritual



Que o trabalho seja designado com amor, humildade, fraternidade, caridade.

Que a libertação de vosso espírito se encaminhe junto com a iluminação para que nos liberte também.

Pois auxiliando será auxiliado

Protegendo será protegido

Amando será amado

Compreendendo será compreendido

Libertando será libertado

E abençoando será abençoado

Fiquem com Jesus












Mensagem espiritual psicografada pelo médium Reinaldo Canto – Nado no dia 21/06/2014.

sexta-feira, 13 de maio de 2016


Choro por ti oh Senhora, mas as minhas lágrimas escorre no rosto de vós.
São suplicas que percorre a minha alma,
Sou a tua flor despedaçada pela vida,

Sou o argumento daquele que não tendes vós,
Sou a providencia de tua calma,
Sou a alma que vos acolhe no campo que está sob as terras do meu Pai,
Sou o filho acolhido com vossos braços,
Sou o abraço que colocas no colo do próximo,
Sou o próximo a esperar por vós,
Sou a luz de tuas suplicas,
Sou a suplicas daqueles que não falam,
Sou aqueles que falam de ti e não acreditas em vós,
Sou apenas a expiação de vossa missão,
Sou a missão acolhedora de vossas obras,
Sou as obras que tendes ainda concluir,
Sou o filho adormecido que não desperta,
Sou aquele que acorda em vossos braços e ainda não os vejo,
Sou os olhos daqueles que não vê,
Sou o filho desgarrado de vós,
Sou o próximo que vais buscar,
Sou a providencia de vossas orações,
Sou aquele que desprovido de fé baixa nas casas alheias, alheias as vossas missões,
Sou o missionário sem causa,
Sou a causa de vossas missões,
Sou o peregrino de vossos amores,
Sou os amores de vossas peregrinações,
Sou favorecido de vossas andanças,
Sou a andacás das missões,
Sou a missão que me colocaste,
Sou a vida e a prova de Deus,
Sou o filho próspero,
Sou o filho que ainda não prosperou,
Sou confuso porque não entendo,
Sou o respeito e o paradigma de vossas propostas,
Sou perseguido pelos algozes,
Sou o algoz perseguido,
Sou o caminho e a verdade das respostas,
Sou as respostas de vossa fé,
Sou a Mãe Peregrina,
Sou apenas uma irmã,
Sou a mensagem de meu filho,
Sou meu filho nas mensagens,
Sou o perseguidor dos atarefados,
Sou apenas a missão,
Sou apenas, apenas, apenas.....
Apenas um viajante,
Sou um irmão das procuras,
Sou aquele que vos procura,
Sou a dor,
Sou o amor,
Sou você,
Sou apenas, apenas, apenas aquele que tem pena,
Que procura responder apenas, apenas as missões,
Por isso sou um viajante solitário,
Então venha para me encontrar em respostas e perguntas,
Um dia Jesus vem ti buscar.                                                                                                               

  João Evangelista


Mensagem espiritual psicografada pelo médium Reinaldo Canto – Nado no dia 13/02/2015

terça-feira, 26 de abril de 2016

Pedras no Caminho

As pedras que se encontram no caminho, jogados ao lado a muitas esquecidas, pedras
que atrapalhavam, pois esse caminho era plano e liso, mas danadas de pedras
atrapalham o meu caminho. 
Vou retirá-las e colocar ao lado. 
Novamente passei pelo mesmo caminho e tropiquei bem na dita pedra: 
- O que essa pedra está fazendo aqui? 
Todo dia que eu passo eu bato o meu dedo nessa pedra, com muito esforço esse rapaz pegou a pedra e retirou do caminho de sua casa. Ela estava próxima ao seu portão, e com alguns palavrões disse: 
- Oh pedra inconveniente saia do meu caminho. 
E com muita força atirou-a ao longe. 
Esta pedra desceu a ribanceira e rumou ate sua porta, nervoso com o acontecido ele grita e diz: 
- Pedra maldita o que veio fazer em minha porta! Sai do meu caminho! 
E novamente atirou ao longe, essa pedra foi de encontro ao mato e lá se esqueceu. E a muito solitária a pedra ficou. 
Mas um belo dia trotando em seu cavalo o rapaz, não viu a pedra a vossa frente e o cavalo tropicou nessa pedra ele veio ao solo, e o cavalo quebrou a perna e novamente ele mal dizer: 
- Pedra maldita eu a ti conheço, e já tirei você do meu caminho muitas vezes. 
Mas, passaram-se anos este homem solitário como era pois não tinha familia, ficou doente e o que fazer, fez uma promessa a mãe de Jesus: 
- Se eu melhorar eu vou construir uma capela. 
E assim dito o feito aconteceu a sua melhora veio e ele começou a construção de sua bendita capela procurando materiais para a construção da mesma percebeu que precisava de uma pedra, não encontrou a que se  encaixava no lugar certo e da melhor maneira. 
Andando pelo mato lembrou-se daquela pedra enorme que havia sacrificado seu único precioso amigo que era o seu cavalo, pois esse era o único companheiro que tinha, com sofrimento com a idade avançada a pedra era imensa e mal conseguia ele levantá-la não tinha como erguê-la, pois a juventude havia passado. De encontro a esta pedra ele rolando ela ao longe que sua casa estava longe, percebeu que estava vinham pessoas e pediu que o auxiliassem para levantar esta pedra para concluir a construção de sua igreja. 
Neste momento um rapaz prestativo lhe disse: 
- Olhe meu bom velho eu sou teu vizinho moro alguns  quarteirões de você, se o senhor quiser eu levo a pedra em minha carroça. 
O homem prontamente aceitou e disse: 
- Será que eu vou precisar realmente desta pedra que tanto desgraçou a minha vida! Juntos com muito sacrifício o rapaz e o homem velho ergueram essa pedra e colocaram em cima da carroça. 
E lá juntos desceram ao determinado local e com esforço concluíram a construção desta capela. 
Ao termino disto a  amizade foi feita e estabelecida. 
- Quando o senhor vai fazer a inauguração de sua igreja? 
- Não sei, eu simplesmente fiz para pagar uma promessa pela minha saúde. 
O moço prontamente lhe disse: 
- Irei até a cidade mais próxima e chamarei o padre para rezar a missa de inauguração. 
Neste dia a casa deste homem solitário ficou cheia de pessoas pra fazer a oração, pra rezar dentro da pequena capela que ele havia construído com muito sacrifício. 
Então a partir deste momento as pessoas ficaram solidárias ao pobre velho que não tinha família e tinha fama de ser rabugento, as pessoas não o conheciam. 
 
MORAL DA HISTÓRIA 
 
Mesmo uma pedra solitária pode trazer muitos amigos, mesmo quando agente não enxerga a utilidade da mesma pedra. 
Construa a sua igreja com amizade e a fraternidade daqueles que habitam a vossa volta. 
Apenas por causa da pedra esse homem morreu rodeado de pessoas que começou a amá-lo como o construtor desta igreja. 
 
Fiquem com Deus 
 

 

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