quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Reflexão sobre a Páscoa

O termo Páscoa deriva do hebreu “passach”, que significa “passagem” e trata-se de uma festa religiosa tradicionalmente celebrada por judeus e por católicos das igrejas romana e ortodoxa, no entanto significado é distinto entre esses dois grupos religiosos.

No judaísmo, a Páscoa comemora dois gloriosos eventos históricos, ambos executados sob a firme liderança de Moisés: no primeiro, os judeus são libertados da escravidão egípcia, assinalada a partir da travessia no Mar Vermelho (Êxodo, 12, 13 e 14). O segundo evento caracteriza a vida em liberdade do povo judeu, a formação da nação judaica e a sua organização religiosa, culminada com o recebimento dos Dez Mandamentos da Lei de Deus (Êxodo 20: 1 a 21). As festividades da Páscoa judaica duram sete dias, sendo proibida a ingestão de alimentos e bebidas fermentadas durante o período. Os pães ázimos, fabricados sem fermento, e a carne de cordeiro são os alimentos básicos.

A data da Páscoa judaica foi estabelecida por uma ordem de Javé, conforme consta na Torá, no livro de Êxodo, no capítulo 12, onde diz: “Desde a tarde do dia catorze do primeiro mês até a tarde do dia vinte e um do mesmo mês, o pão que vocês comerem será feito sem fermento”. Então a comemoração da pessach acontecerá sempre no dia 14 do mês nissan (ou nisã), o primeiro mês que consta no calendário judaico e até hoje, os judeus seguem esse critério para a celebração da Páscoa.

A Páscoa católica, festejada pelas igrejas romana e ortodoxa, refere-se à ressurreição de Jesus, após a sua morte na cruz (Mateus, 28: 1-20; Marcos, 16: 1-20; Lucas, 24: 1-53; João, 20: 1-31 e 21: 1-25). A data da comemoração da Páscoa cristã, instituída a partir do século II da Era atual, foi motivo de muitos debates no passado. Assim, no primeiro concílio eclesiástico católico, o Concílio Nicéia, realizado em 325 d.C, foi estabelecido que a Páscoa católica não poderia coincidir com a judaica.

A partir daí a Igreja de Roma segue o calendário Juliano (instituído por Júlio César), para evitar a coincidência da Páscoa com o Pessach. Entretanto, as igrejas da Ásia Menor, permaneceram seguindo o calendário gregoriano, de forma que a comemoração da Páscoa dos católicos ortodoxos coincide, vez ou outra, com a judaica. 

 Os cristãos adeptos da igreja reformada, em especial a luterana, não seguem os ritos dos católicos romanos e ortodoxos, pois não fazem vinculações da Páscoa com a ressurreição do Cristo. Adotam a orientação mais ampla de que há, com efeito, apenas uma ceia pascoal, uma reunião familiar, instituída pelo próprio Jesus no dia da Páscoa judaica. (Mateus 26:17-19; Marcos 14:12-16; Lucas 22:7-13) 

Algumas festividades politeístas relacionadas à chegada da primavera e à fertilidade passaram à posteridade e foram incorporados à simbologia da Páscoa. Por exemplo, havia (e ainda há) entre países da Europa e Ásia Menor o hábito de pintar ovos cozidos com cores diferentes e decorá-los com figuras abstratas, substituídos, hoje, por ovos de chocolate. A figura do coelho da páscoa, tão comum no Ocidente, tem origem no culto à deusa nórdica da fertilidade Gefjun, representada por uma lebre (não coelho). 

É interessante observar que nos países de língua germânica, no passado, havia uma palavra que denotava a festa do equinócio do inverno. Subsequentemente, com a chegada do cristianismo, essa mesma palavra passou a ser empregada para denotar o aniversário da ressurreição de Cristo. Essa palavra, em inglês, “Easter”, parece ser reminiscência de “Astarte”, a deusa-mãe da fertilidade, cujo culto era generalizado por todo o mundo antigo oriental e ocidental. Já no grego e nas línguas neolatinas, “Páscoa” é nome que se deriva do termo grego pascha. 

A Doutrina Espírita não comemora a Páscoa Contudo, mas respeita a Páscoa comemorada pelos judeus e cristãos, e compartilha o valor do simbolismo representado, ainda que apresente outras interpretações. 

No que diz respeito à libertação: A liberdade conquistada por todo povo no Planeta, merece ser lembrada e celebrada. Os Dez Mandamentos, o clímax da missão de Moisés, é um código ” (…) de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso mesmo, caráter divino", porém essa libertação pode ser interpretada de um ponto de vista mais abrangente, fazendo relação à renovação de ideias e atitudes, possibilitando o surgimento de um novo homem como consequência da reforma íntima.

Outro fundamento em certas orientações do apóstolo Paulo (1 Coríntios,5: 7-8), onde ele defende a ideia de ser o Cristo a própria Páscoa, associando a este pensamento importante interpretação: "Limpai, pois, o fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como sois, sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Pelo que façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os pães ázimos da sinceridade e da verdade."

E não só ele em João, 1:29 diz: “.... Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. João usou o termo Cordeiro, porque usava-se na época de Moisés, sacrificar um cordeiro para agradar a Deus. Portanto, dá-se a ideia de que, Deus sacrificou Jesus para nos libertar dos pecados.

No entanto Jesus não morreu para nos salvar; Ele viveu para nos mostrar o caminho que nos levará a salvação, à nossa evolução, ao nosso crescimento. E o exemplo foi seu principal instrumento.

Os próprios discípulos foram transformados pelos ensinamentos de Jesus enquanto Ele estava encarnado, e receberam uma grande comprovação de amor do Mestre, quando Este se manifestou em espírito a esses seguidores, tanto que tiveram um papel muito importante na divulgação de seu Evangelho, provando que a vida continua além do túmulo. Assim, o Cristo prosseguiria com seu trabalho de auxílio à Humanidade.

Vale lembrar que quando, Jesus apareceu à Maria de Madalena e aos discípulos, Ele o fez com seu corpo espiritual, que chamamos de perispírito. Entendemos que não houve uma ressurreição corporal, física. Houve assim uma ressurreição para a verdadeira vida. Nessa perspectiva cabe lembrar que Jesus de Nazaré não alterou as leis naturais do universo para firmar o seu conceito de missionário. A sua doutrina de amor e perdão é muito maior que qualquer “milagre”, até mesmo a ressurreição.

Por isso se quisermos realmente nos libertarmos dos nossos erros e das nossas falhas morais, precisamos estar dispostos a mudança, nos valendo dos ensinamentos de Jesus como nosso guia, entendendo que salvação não é ganhar o reino dos céus; não é o encontro com o paraíso após a morte; salvação é libertação de compromisso; é regularização de débitos; é reparação; restauração; refazimento.

Como diz a bandeira do Espiritismo: “Fora da Caridade não há Salvação”. Então, fora da prática do amor (caridade) de uns pelos outros, não estaremos salvos, livres das complicações criados por nós mesmos, através de brigas, violência, exploração, desequilíbrios, frustrações e muitos outros problemas que fazem a nossa infelicidade.

Nós devemos comemorar a Páscoa em todos os dias da nossa existência, buscando vivenciar a mensagem e os ensinamentos deixados por Jesus. Devemos buscar incessantemente a nossa conexão com Jesus, devemos sintonizar Sua presença dentro do nosso coração, não apenas nessa ocasião, mas todos os dias.  Nosso amigo e Mestre Jesus está sempre atento ao nosso chamado, guiando nossos passos pelos caminhos da luz.

Então vamos aproveitar esse momento para fazer algo de bom, vamos fazer uma auto reflexão sobre como estamos nos comportando diante da vida e dos acontecimentos atuais; vamos dar atenção aos nossos familiares e aqueles que muitas vezes passam desapercebidos aos nossos olhos; vamos fazer leituras edificantes e assistir programas que aumenta ou restabelece nossas forças e que  harmonize a nós e o nosso lar; vamos ajudar um irmão necessitado, assim como Jesus fazia, muitas vezes para proporcionar felicidade a alguém não é preciso muito, somente uma palavra de amor e de carinho, já é suficiente para mudar completamente o dia de uma pessoa, enfim, vamos orar pelo planeta e contribuir com os amigos espirituais com boas energias para que também ajudem a Terra a restabelecer seu equilíbrio.  Aproveitemos assim esse momento, para renovar nossas atitudes!!

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