O termo Páscoa deriva
do hebreu “passach”, que significa “passagem” e trata-se de uma festa religiosa
tradicionalmente celebrada por judeus e por católicos das igrejas romana e
ortodoxa, no entanto significado é distinto entre esses dois grupos religiosos.
No judaísmo, a Páscoa comemora dois gloriosos
eventos históricos, ambos executados sob a firme liderança de Moisés: no
primeiro, os judeus são libertados da escravidão egípcia, assinalada a partir
da travessia no Mar Vermelho (Êxodo, 12, 13 e 14). O segundo
evento caracteriza a vida em liberdade do povo judeu, a formação da nação
judaica e a sua organização religiosa, culminada com o recebimento dos Dez Mandamentos da Lei de Deus (Êxodo 20: 1
a 21). As festividades da Páscoa judaica duram sete dias, sendo proibida
a ingestão de alimentos e bebidas fermentadas durante o período. Os pães ázimos, fabricados sem fermento, e a carne
de cordeiro são os alimentos básicos.
A data da Páscoa judaica foi estabelecida por
uma ordem de Javé, conforme consta na Torá, no livro de
Êxodo, no capítulo 12, onde diz: “Desde a tarde do dia catorze do primeiro
mês até a tarde do dia vinte e um do mesmo mês, o pão que vocês comerem será
feito sem fermento”. Então a comemoração da pessach acontecerá
sempre no dia 14 do mês nissan (ou nisã), o primeiro
mês que consta no calendário judaico e até hoje, os judeus seguem esse critério
para a celebração da Páscoa.
A Páscoa católica, festejada pelas
igrejas romana e ortodoxa, refere-se à ressurreição de Jesus, após a sua morte
na cruz (Mateus, 28: 1-20; Marcos, 16: 1-20; Lucas, 24: 1-53; João, 20: 1-31 e
21: 1-25). A data da comemoração da Páscoa cristã, instituída a partir do
século II da Era atual, foi motivo de muitos debates no passado. Assim, no
primeiro concílio eclesiástico católico, o Concílio Nicéia, realizado em 325
d.C, foi estabelecido que a Páscoa católica não poderia coincidir com a
judaica.
A partir daí a Igreja de Roma segue o
calendário Juliano (instituído por Júlio César), para evitar a coincidência da
Páscoa com o Pessach. Entretanto, as igrejas da Ásia Menor, permaneceram
seguindo o calendário gregoriano, de forma que a comemoração da Páscoa dos
católicos ortodoxos coincide, vez ou outra, com a judaica.
Os cristãos adeptos da igreja reformada, em especial a luterana, não seguem os ritos dos católicos romanos e ortodoxos, pois não fazem vinculações da Páscoa com a ressurreição do Cristo. Adotam a orientação mais ampla de que há, com efeito, apenas uma ceia pascoal, uma reunião familiar, instituída pelo próprio Jesus no dia da Páscoa judaica. (Mateus 26:17-19; Marcos 14:12-16; Lucas 22:7-13)
Algumas festividades politeístas relacionadas à
chegada da primavera e à fertilidade passaram à posteridade e foram
incorporados à simbologia da Páscoa. Por exemplo, havia (e ainda há) entre
países da Europa e Ásia Menor o hábito de pintar ovos cozidos com cores
diferentes e decorá-los com figuras abstratas, substituídos, hoje, por ovos de
chocolate. A figura do coelho da páscoa,
tão comum no Ocidente, tem origem no culto à deusa nórdica da fertilidade Gefjun, representada por uma lebre (não coelho).
É interessante observar que nos países de língua
germânica, no passado, havia uma palavra que denotava a festa do equinócio do
inverno. Subsequentemente, com a chegada do cristianismo, essa mesma palavra
passou a ser empregada para denotar o aniversário da ressurreição de Cristo.
Essa palavra, em inglês, “Easter”, parece ser reminiscência de “Astarte”, a
deusa-mãe da fertilidade, cujo culto era generalizado por todo o mundo
antigo oriental e ocidental. Já no grego e nas línguas neolatinas, “Páscoa” é
nome que se deriva do termo grego pascha.
A Doutrina Espírita não comemora a Páscoa Contudo,
mas respeita a Páscoa comemorada pelos judeus e cristãos, e compartilha o valor
do simbolismo representado, ainda que apresente outras
interpretações.
No que diz respeito à libertação: A
liberdade conquistada por todo povo no Planeta, merece ser lembrada e
celebrada. Os Dez Mandamentos, o clímax da missão de Moisés, é um código ” (…)
de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso mesmo, caráter
divino", porém essa libertação pode ser interpretada de um ponto de vista
mais abrangente, fazendo relação à renovação de ideias e atitudes,
possibilitando o surgimento de um novo homem como consequência da reforma
íntima.
Outro fundamento em certas orientações do apóstolo
Paulo (1 Coríntios,5: 7-8), onde ele defende a ideia de ser o Cristo a própria
Páscoa, associando a este pensamento importante interpretação: "Limpai, pois, o
fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como sois, sem fermento.
Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Pelo que
façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e
da malícia, mas com os pães ázimos da sinceridade e da verdade."
E não só ele em João, 1:29 diz: “.... Ele é o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. João usou o termo Cordeiro,
porque usava-se na época de Moisés, sacrificar um cordeiro para agradar a Deus.
Portanto, dá-se a ideia de que, Deus sacrificou Jesus para nos libertar dos
pecados.
No entanto Jesus não
morreu para nos salvar; Ele viveu para nos mostrar o caminho que nos levará a
salvação, à nossa evolução, ao nosso crescimento. E o exemplo foi seu principal
instrumento.
Os próprios discípulos foram transformados pelos
ensinamentos de Jesus enquanto Ele estava encarnado, e receberam uma grande
comprovação de amor do Mestre, quando Este se manifestou em espírito a esses
seguidores, tanto que tiveram um papel muito importante na divulgação de seu
Evangelho, provando que a vida continua além do túmulo. Assim,
o Cristo prosseguiria com seu trabalho de auxílio à Humanidade.
Vale lembrar que quando, Jesus apareceu à Maria de
Madalena e aos discípulos, Ele o fez com seu corpo espiritual, que chamamos de
perispírito. Entendemos que não houve uma ressurreição corporal,
física. Houve assim uma ressurreição para a verdadeira vida. Nessa
perspectiva cabe lembrar que Jesus de Nazaré não alterou as leis naturais do
universo para firmar o seu conceito de missionário. A sua doutrina de amor e
perdão é muito maior que qualquer “milagre”, até mesmo a ressurreição.
Por isso se quisermos realmente nos libertarmos dos
nossos erros e das nossas falhas morais, precisamos estar dispostos a mudança,
nos valendo dos ensinamentos de Jesus como nosso guia, entendendo que salvação
não é ganhar o reino dos céus; não é o encontro com o paraíso após a
morte; salvação é libertação de compromisso; é regularização
de débitos; é reparação; restauração; refazimento.
Como diz a bandeira do Espiritismo: “Fora da
Caridade não há Salvação”. Então, fora da prática do amor (caridade) de uns
pelos outros, não estaremos salvos, livres das complicações criados por nós
mesmos, através de brigas, violência, exploração, desequilíbrios, frustrações e
muitos outros problemas que fazem a nossa infelicidade.
Nós devemos comemorar a Páscoa em todos
os dias da nossa existência, buscando vivenciar a mensagem e
os ensinamentos deixados por Jesus. Devemos buscar incessantemente a nossa conexão
com Jesus, devemos sintonizar Sua presença dentro do nosso coração, não
apenas nessa ocasião, mas todos os dias. Nosso amigo e Mestre Jesus está
sempre atento ao nosso chamado, guiando nossos passos pelos caminhos da luz.
Então vamos aproveitar esse momento para fazer algo de bom, vamos fazer uma auto reflexão sobre como estamos nos comportando diante da vida e dos acontecimentos atuais; vamos dar atenção aos nossos familiares e aqueles que muitas vezes passam desapercebidos aos nossos olhos; vamos fazer leituras edificantes e assistir programas que aumenta ou restabelece nossas forças e que harmonize a nós e o nosso lar; vamos ajudar um irmão necessitado, assim como Jesus fazia, muitas vezes para proporcionar felicidade a alguém não é preciso muito, somente uma palavra de amor e de carinho, já é suficiente para mudar completamente o dia de uma pessoa, enfim, vamos orar pelo planeta e contribuir com os amigos espirituais com boas energias para que também ajudem a Terra a restabelecer seu equilíbrio. Aproveitemos assim esse momento, para renovar nossas atitudes!!